terça-feira, 18 de outubro de 2011

Médico: senhor do organismo ou fazedor de dinheiro?

           Em geral não escrevo sobre o que acontece comigo, a vida particular é, normalmente, inútil aos outros. Mas semana passada aconteceu uma coisa que me deixou chocado, então decidi descrever o ocorrido. Vou narrar tudo que me lembro sem aumentar.
          Fui fazer um SPECT funcional, exame que verifica a funcionalidade do cérebro. Eles injetam um material radioativo (normalmente Iodo 123 ou 131) na veia, esperam vinte minutos enquanto você está deitado para que o material chegue ao cérebro, depois te colocam num anel com placas detectoras de radiação que constroem fotografias cerebrais a partir de fótons emitidos pelo material. Apesar do risco em ter contato com materiais radioativos, as imagens são o máximo, mas não é disso que eu vou falar. Depois do exame ocorreu uma coisa inusitada.
          Quando todo o procedimento acabou eu já estava de saco cheio, além de todas as etapas já terem demorado mais de duas hora, já era cinco para as seis da tarde e eu ia ter que dirigir 90 quilômetros em um transito infernal. Então a moça que acompanhou o exame me pediu para esperar mais uns vinte minutos por que o médico, neuro cirurgião (diga-se de passagem), ia falar comigo. Fiquei mais animado, pensei que ele iria emitir o laudo na mesma hora. Ledo engano.
          Quando entrei na sala do “doutor” fui recebido com sorrisos e feições deveras amistosas (típicos dos teólogos). A primeira coisa que ele me disse foi que o funcionamento do cérebro estava normal, isso me tranquilizou, porém essa foi a primeira e a única frase com embasamento médico que eu ouvi naquela sala. A conversa poderia muito bem ter terminado ali, o problema... foi que não terminou.
          Em seguida, com aquele tom de sabedoria suprema, incondicional e superior que só os médicos sabem fazer, ele falou, fingindo não ter lido minha fixa, que eu era de câncer e que os cancerianos possuem o “amor das mães”. Segundo o ex professor de medicina as pessoas desse signo são instáveis emocionalmente, suas emoções são uma senoide (função matemática que oscila entre o +1 e o -1), o que faz com que eles oscilem entre a alegria e a tristeza de forma rápida e constante. Mantendo o tom, e desconsiderando o fato de eu ter dito que estudo Física, pegou um papel e desenhou uma coisa que deveria (porque com certeza não era) ser uma senoide, fez isso para eu compreender (como se fosse possível) o que ele expressava, e repetia o tempo todo: “Diz que eu to mentindo, diz que você não é assim.”, sempre com a Certeza de quem sabe a Verdade.
          Como se não bastasse, o neuro cirurgião passou da Astrologia para a Quiromancia. Pegou a minha mão e falou: “ Essa linha é a linha do intelecto, você é muito inteligente.” – e completou – “Mas você precisa de ajuda para lidar com as emoções” (detalhe: em momento algum confirmei ou neguei o que ele afirmava, bem como, não sorri nem esbravejei para o que eu ouvia). Por mais simples que pareça, eu demorei para entender a situação, um conflito acontecia na minha mente, por um lado eu queria rir com o “senhor do organismo” de todas aquelas baboseiras ditas por ele, por outro, eu temia que o cara acreditasse realmente em tudo aquilo, eu precisava de mais alguma pista, e ao final da consulta transcendental ela apareceu.
          Após dizer que eu precisava de ajuda emocional ele me entregou seu cartão de medicina psicossomática, mais um desses modelos enganosos criados pra tirar dinheiro dos leigos. Essa suposta área do conhecimento estuda (segundo ele) a interação – pasmem – entre alma e corpo. O “Dr.” sugeriu que marcássemos uma consulta para eu me conhecer melhor (possivelmente a partir de um Tarô).
          Era outro fazedor de dinheiro tentando ludibriar mais uma pessoa, como sacerdotes. Um “pescador” vendendo seu “peixe”.
          E para refletir sobre o assunto, encerro com uma divagação do pensador Platão a respeito do médico.

Não será verdade que o médico desconsidera o que é do seu próprio interesse na busca do bem para seus pacientes? Todos concordam que um médico para ser chamado assim, deve ser um senhor do organismo em vez de um fazedor de dinheiro. Ou alguém discorda disso?”

10 comentários:

Anônimo disse...

Uma primeira pergunta que me ocorre é: o autor acredita no efeito placebo?
É amplamente sabido que no estudo de novas drogas medicinais, é exigido que se faça um teste dessa droga contra uma dose de substância inerte (placebo). Somente quando o efeito da nova droga se mostra significativamente superior ao do placebo, é dado como válido o efeito dessa nova medicação. H. K. Beckeer em estudo em 1955 mostrou que um terço dos pacientes apresentou melhoras ao receber o placebo. Posteriormente mostraram-se números ainda maiores. Esse fenômeno ainda é estudado, mas já se aceitam que experiências sensoriais e a sugestibilidade podem afetar o sistema neuroquímico do corpo assim como o bioquímico, inclusive hormonal e imunológico. Dessa forma, grosso modo, o tratamento com placebo obtém muito boa resposta ainda que não possua nenhuma substância ativa. Essa resposta é obtida pelo simples fato de o paciente saber que está tomando uma medicação, pela mudança de seu comportamento frente a esse novo tratamento, ao sentimento de estar sendo tratado e não mais estar à espera de algo que lhe dê conforto, entre outros.
De volta ao texto: O efeito placebo e as práticas “pouco usuais” da medicina causam um dilema ético cada dia maior. Quiropraxia, homeopatia, bioharmônicos, são exemplos de práticas que “parecem” se aproveitar do efeito placebo para se mostrarem eficazes e arrebanharem cada dia maior numero de seguidores. O médico que fez o atendimento do autor se mostrou cordial, “próximo”, um amigo (não fosse esse tão cético assim) ao mesmo tempo em que fez uma miscelânea de crenças. Sabe-se lá o que faria em uma consulta. Sob esse ponto de vista, concordo: é um fazedor de dinheiro.
Em um segundo momento ele entrega uma cartão com a especialidade: Medicina Psicossomática. Essa área estuda, pelo que sei, a interação entre a Medicina e a Psicologia. O que me faz lembrar o já tão testado/estudado e aqui falado efeito placebo. Julgando somente pelo cartão, não vejo um fazedor de dinheiro. Mas, se fosse procurar um especialista nessa área, certamente não procuraria esse!

Bremen disse...

Embora haja uma parcela de pessoas que já iriam melhorar mesmo sem tomar o fármaco acho que o efeito placebo pode ocorrer. Mas a reação do organismo só pode agir dentro de um determinado grupo de problemas de saúde que tem como característica a curabilidade pelo próprio organismo, talvez possa diminuir uma dor de cabeça mas não cura o câncer e não destrói o vírus HIV (só exemplificando).

Contudo uma característica básica que há nos experimentos farmacológicos é que os pacientes estão na dúvida se estão tomando o remédio ou o placebo. Ele pode tender para qualquer dos lados, achar que está tomando um ou outro. Para que ocorra efeito placebo ele precisa achar que é o remédio, pra fazer com que o organismo funcione como se estivesse sendo medicado.

Gostei do Sr. Anônimo ter explanado sobre o modo como o efeito é medido. Em um experimento científico controlado por cientistas e utilizando-se de remédios e placebos, o fato de ter uma parcela de pessoas que com certeza está tomando remédio pode fazer com que as que estão tomando placebo acreditem que estão tomando remédio, e podemos numerar cada um desses grupos a fim de verificar os efeitos do fármaco, o mesmo não ocorre na quiropraxia, bio harmonia, astrologia entre outras mentiras proferidas por aí, primeiro que essas mentiras não podem ser testadas com a mesma precisão justamente por não possuem seu “remédio” que de fato funcione, isso já prejudica muito qualquer experimento por que um dos grupo de dados não existe. Segundo que as pessoas que fazem Ciência séria dão pouco atenção para esses assuntos por terem mais o que fazer, restando para esses assuntos apenas os pseudo-cientístas, pessoas com ideias sobre Ciência distantes do conceito de Ciência. E terceiro que não dá pra acreditar nessas coisas então não dá pra sofrer efeito placebo com elas.

Anônimo disse...

Sr. Autor, espero que tenha ficado claro em meu texto que para que se tenha o efeito placebo é necessário que o paciente acredite estar sendo tratado. Concordo que esse efeito tenha um limite.

Gostaria de frisar alguns pontos. Em sua resposta diz: “primeiro que essas mentiras não podem ser testadas com a mesma precisão justamente por não possuem seu “remédio” que de fato funcione isso já prejudica muito qualquer experimento por que um dos grupos de dados não existe.”
O experimento pode ser realizado, pois existe o grupo de observação (tratado) e o grupo controle (placebo). Se o tratamento funciona ou não é o que queremos saber.

”Segundo que as pessoas que fazem Ciência séria dão pouco atenção para esses assuntos por terem mais o que fazer, restando para esses assuntos apenas os pseudo-cientistas, pessoas com idéias sobre Ciência distantes do conceito de Ciência.“.
Tendo a ter um pensamento um tanto parecido pelo meu ceticismo, mas ao ler esse trecho não pude deixar de pensar que muito dos remédios que hoje utilizamos foram obtidos por estudos realizados por “pseudo-cientistas” que acompanhavam há tempos rituais de curandeirismo em tribos indígenas. Não fossem os estudos das plantas utilizadas por esses índios nesses rituais, muitas substâncias medicinais não teriam sido descobertas. Existe uma linha tênue entre a opinião e o preconceito. Tudo o que está sendo aplicado, é um interessante assunto/objeto a ser testado.

Em seguida o Sr. diz que: “E terceiro que não dá pra acreditar nessas coisas então não dá pra sofrer efeito placebo com elas.”.
O Sr. pode não acreditar nelas, mas isso não é regra. Diversas pessoas acreditam e é nesse ponto em que digo que ocorre o efeito placebo. Acreditando estar sendo “tratadas” por uma “medicação eficaz”, uma parcela dessas pessoas apresentam melhora, ainda que aquela prática pouco usual da medicina não tenha nenhuma eficácia. A melhora dessas pessoas faz com que outras pessoas busquem a mesma medicina alternativa. Entram aí os fazedores de dinheiro.

Por fim, não foi comentado pelo Sr., mas, de novo, não considero que a Medicina Psicossomática seja uma medicina de “fazedores de dinheiro”, uma vez que é uma interação entre medicina e psicologia e o próprio efeito placebo decorre dessa interação.

Bremen disse...

Psicossomática é o estudo da pessoa enquanto ser histórico, esse ser é constituído por mente, corpo e social, essa pseudociência assenta-se sobre a Psicologia, a Patologia e (o que a torna pseudo) concepções holísticas. É holisticamente que o espiritismo afirma que a psicossomática trata das relações entre espírito e corpo.
Talvez não tenha ficado claro, os experimentos que eu afirmei terem prejuízo no banco de dados não são os farmacológicos e sim os que dependem da crença dogmática (quiropraxia, astrologia, religiões em geral, superstições como um todo), que só existe devido a carência de conhecimento científico.
Pseudo-cientistas, são pessoas que lidam com o método científico sem conhecer o contexto paradigmático da Ciência contemporânea, não curandeiros indígenas que se encontram completamente fora do paradigma.

Izabella disse...

A holística é uma parte considerada por alguns dos médicos que aplicam a medicina psicossomática. O autor deve ter a visão que bem lhe convier dessa prática da medicina. O que me espanta é ver que, pela relação com a holística, o autor reverta o discurso para o espiritismo (grande passo!)... Foge do escopo da discussão o tema espiritual x espírito x espiritismo.

Digo de novo que medicinas alternativas podem ser postas a prova se os testes forem adequadamente delineados, mas não entrarei mais uma vez na questão de como são desenhados experimentos...

Sinto que não tenha ficado bem entendido, mas os que chamei irônicamente de "pseudo-cietistas" foram os cientistas que se dispuseram a passar meses, anos, acompanhando os rituais indígenas, quando a maioria (preconceituosa) achava isso uma total perda de tempo. A medicina "alternativa" desses índios se mostrou extremamente importante graças aos "pseudo-cientistas" que se dispuseram a testá-la.

Fim da história.

Bremen disse...

Primeiro ponto:
O Holismo não é considerado apenas por alguns praticantes da psicossomática, ele um é, assim como a “mente” e o “corpo”, pilar fundamental dessa vertente de pensamento, pergunte ao “cartesiano” Google. Mas o que é o Holismo?
É a ideia de que um sistema não pode ser compreendido como a soma de suas partes. Apesar de “Holismo” ser um termo criado no século XX, sua prática existe, no mínimo, desde a criação da escrita. Todos os pensadores no intervalo entre Homero (850 a.C.) e Descartes (Século XVII) analisavam o mundo holisticamente.
Somente após o “Discurso do método” os pensadores passaram a analisar as partes a fim de compreender o Todo. O Método Cartesiano consiste em analisar todas as partes do sistema separadamente, compreender suas causas e efeitos, e então modelar o Todo sobrepondo as características das partes.
Esse método e o Método Experimental (ou Método Científico) de Galileu, originaram a Ciência moderna. Todas as Ciências da Natureza se originaram a partir do uso desses dois métodos, e é por causa deles que elas avançaram e continuam avançando mais rápidas do que qualquer outra vertente de pensamento, se tornado, mais do que útil, necessárias para a Humanidade.
O Método Cartesiano e o Método Experimental permitiram criarmos modelos para previsão de fenômenos naturais com uma precisão jamais imaginada antes. Por exemplo (quando citei o exemplo da visão espirita sobre a psicossomática fui mal interpretado, então de agora em diante vou avisar para você quando for um exemplo), com a Mecânica Clássica posso prever o tempo de queda de um objeto com precisão maior do que o seu cronometro digital.
Para o Holismo não devemos analisar as partes separadamente, pois a junção das partes é diferente do Todo. O pensamento holístico argumenta que, quando está no Todo, a parte se comporta diferente de quando está só, isso, devido a influencia que o meio ambiente tem no efeito da parte. E de fato a Ciência não é exata, é precisa. O argumento holístico é valido, mas não soluciona as demandas humanas.
Não existe um “Método Holístico”, um método que construa modelos com a precisão dos oferecidos pela Ciência. Dessa forma, adotar uma visão holística do mundo, mesmo que seja devido a um argumento valido, não significa compreender as coisas como um Todo, significa abandonar os métodos que permitiram, e ainda permitem, a construção de modelos extremamente precisos sobre o mundo que nos cerca. O pensamento holístico é um retrocesso para a época em que a “Teoria” e a “Prática” tinham estrema dificuldade em interagir. É poesia enquanto o mundo é prosa.
Para finalizar esse “ponto”, o sarcasmo no “(grande passo!)” foi uma forma interessante de você demonstrar a sua ira, contudo, como o debate não é pessoal, devo imaginar que a causa dessa ira não se encontre nessa discussão. Suponho que deve haver outro motivo para essa rude manifestação. Sugiro que foquemos essa conversa no assunto original e deixemos seus problemas pessoais para uma outra ocasião ou ambiente, se quiser você pode me escrever um e-mail.

Bremen disse...

Segundo ponto:
Se você entende por “medicinas alternativas” práticas holísticas como a Acupuntura ou a Fitoterapia (exemplos), então é claro que utilizar o Método Experimental e o Cartesiano, a fim de verificar a validade dessas práticas, retira delas sua característica fundamental: o Holismo. Tratar práticas holísticas com os métodos da Ciência é uma ótima forma de cartesianisa-las. E o Cartesianismo, vale frisar, é oposto ao Holismo.
Portanto, a não ser que você se refira a “experimentos” de uma forma diferente de “experimentos científicos”, não é possível “experimentar” práticas holísticas sem destruí-las, comprovando sua invalidade, ou cartesiando-as.

Terceiro ponto:
Quando me refiro a “pseudo-cientistas” falo sobre aqueles que, alem de praticar os métodos da Ciência, acreditam nela como uma verdade absoluta. Cientistas sabem que a Ciência não passa de um conjunto de modelos que se aproximam da realidade, mas não são essa realidade de fato. Dessa forma, uma vez que nem aquilo que se comprova experimentalmente é confiável , fica inviável confiar em práticas não científicas, tais como as holísticas.
A verificação científica de práticas holísticas não caracteriza as pseudo-ciências, ela é necessária para mostrar a invalidade da maioria das práticas holísticas, e nos permite descobrir que algumas dessas práticas, mais do que serem inválidas, são perniciosas, como nos casos de práticas exorcistas efetuadas pela igreja católica até o início do século XX. A igreja condenava os argumentos médicos e defendia que a salvação para alguém “possuído” não estava no Ciência, e sim em seus rituais (ex.).

Izabella disse...

Achei que não voltaria a discutir o texto, mas, devido a minha enorme surpresa ao ler o último parágrafo do penúltimo comentário, fazer um último comentário me pareceu necessário. Quando fiz a observação “(grande passo!)” não tive qualquer intenção de ser sarcástica e muito menos demonstrar “minha ira”... No contexto, “O que me espanta é ver que, pela relação com a holística, o autor reverta o discurso para o espiritismo (grande passo!)...” minha intenção foi ser enfática e destacar a distância entre a Medicina Psicossomática e o Espiritismo. Passar dessa Medicina para Espiritismo era uma grande mudança de conceitos uma vez que o Espiritismo se trata de uma doutrina filosófica/religiosa baseada no aperfeiçoamento moral do homem (principalmente pela caridade, segundo o próprio conceito espírita de caridade) e na crença de que, por meio de médiuns, os espíritos podem se comunicar com os homens. Em países europeus, a religiosidade não está presente no Espiritismo como no Brasil, onde essa doutrina esta intimamente ligada ao chamado Racionalismo Cristão. Portanto, falar em Espiritismo não se resume em falar na crença em espíritos ou em vida após a morte. É falar de uma doutrina completa, desenvolvida sobre diversos pilares. Por esse motivo, foi um “grande passo” ( um grande movimento) ligar diretamente uma coisa a outra. Algumas pessoas podem estar na intersecção entre a Medicina Psicossomática e o Espiritismo, mas não todas irão aceitar a doutrina Espírita como um todo por se envolverem com a Medicina Psicossomática. Se o ponto de exclamação causou algum erro de interpretação, peço desculpas e sinto que seja mal interpretado em debate nesse fórum, pois estou acostumada a usá-lo em outros fóruns de discussão técnica, sem que seja levado para o lado pessoal.

Espero que tudo tenha ficado esclarecido, pois não tive uma “forma interessante de demonstrar minha ira”, sarcasmo ou levei a discussão para o lado pessoal.

Izabella Hatadani disse...

Realmente houve um mal entendido em relação ao Espiritismo ser um exemplo. Minha interpretação, pelo que pude perceber somente pelo que li a posteriori, foi incorreta.
Em um texto argumentativo ou técnico, não me parece nem um pouco intuitivo que se deixe de explicitar um exemplo ou caso particular. Falou-se muito em ciência nos últimos comentários e sabemos que a precisão é básica no texto científico. Não há margem a ambigüidades (posso falar sobre isso com razoável conforto nas ciências exatas.). No caso em particular, a margem era, segundo meu ponto de vista, bastante alta. Desenvolvo o raciocínio.
Nesse caso, foi afirmado no texto em debate: "Essa suposta área do conhecimento 'estuda' a interação – pasmem – entre alma e corpo.". Essa afirmativa não foi explanada posteriormente.
Em um segundo momento, a definição dada em comentário: ” Psicossomática é o estudo da pessoa enquanto ser histórico, esse ser é constituído por mente, corpo e social, essa pseudociência assenta-se sobre a Psicologia, a Patologia e (o que a torna pseudo) concepções holísticas. É holisticamente que o espiritismo afirma que a psicossomática trata das relações entre espírito e corpo.”
Se o espiritismo é um exemplo, tenho como opinião que isso deveria ter ficado muito claro no comentário. Isso por que a afirmativa feita no texto em debate fala da interpretação de interação entre alma e corpo como uma regra geral da psicossomática. No comentário, por outro lado, a questão da interação com a alma não é nem mesmo citada e, em vez disso, comenta-se o espiritismo e a interação entre espírito e corpo.Sabe-se que as idéias de alma e espírito são bastante entrelaçadas e a distinção entre esses dois conceitos freqüentemente não é observada. Portanto, cria-se facilmente a dúvida se o que foi dito sobre espíritos no comentário trata-se do que foi dito sobre almas no texto (é geral) ou não (caso do exemplo).
Penso também que, ao ser comentado novamente do que trata essa vertente da medicina, a afirmação feita no texto sob discussão não deveria ser abandonada. Por esse motivo, o discurso perde consistência e não ficou em nada clara a relação entre o que foi dito no texto e o que foi dito no comentário. O que pensar sobre a Psicossomática, o Holismo e a interação entre alma e corpo?(Pergunta retórica)

Anônimo disse...

um texto realmente interessante... finalmente... hehehe...

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