sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Vou contar um pouco sobre como foi a minha infância. Eu fui pra escola com 2 ano de idade. Maternal 1. Com 3 anos, Maternal 2 e com 4, pré. Tudo na mesma escolinha que agora me fugiu o nome, mas a minha mãe deve lembrar.

Com 5 mudei para a Escola Santa Cruz e, como era muito novo, meus pais optaram por me por no pré novamente.

No ano seguinte, mudei para o Colégio Santa Cruz, o mesmo nome, mas o primeiro ia só até o pré e o segundo até o colegial, terminando na antiga oitava série e atual nono ano.

Na minha época de escola já não tinha palmatória e os professores não podiam mais agredir fisicamente os estudantes, mas - e é bem sobre isso que quero falar HOJE - ainda tinha o famoso "chapéu de BURRO".

Era um cone enorme de papel com a base nas proporções de uma cabeça de criança escrito "BURRO".

Minha mãe entrou na escola no mesmo ano que eu, só que professora.

Até o fim da terceira série, enquanto minha mãe chegava à coordenação, era normal os professores colocarem o estudante que não conseguia fazer a tarefa em pé, na frente da sala e durante toda a aula, com a famoso chapéu de burro. E todos nós na sala nos referimos ao "BURRO" como burro, inclusive a professora.

Na quarta série tudo mudou. Minha mãe começou o ano dando aula na minha turma e coordenando, foi quando todos nós (eu antes, em casa) fomos informados de que o chapéu de burro estava abolido e que naquela sala ninguém era burro, todo mundo era GENTE.

No mesmo ano ela deixou a quarta série é virou diretora da escola, quando aboliu de vez o famoso chapéu.

Foi na quarta série, sob repreensão da Professora (minha mãezinha), a última vez que me referi a alguém com adjetivos animalescos.

Enfim, estou na escola desde 1982, hoje um pouco menos aluno e um pouco mais professor. Sei que esse tipo de adjetivo ainda acontece entre estudantes porque eles não tiveram a oportunidade de estudar Educação o suficiente pra saber o quanto isso é prejudicial pra convivência social, mas eu estou tentado, embora com menos eficiência, fazer por eles o que a minha mãe fez por mim.

E não vou desistir nunca!

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