terça-feira, 2 de maio de 2017

O meu melhor amigo na infância era o Chico. O Chico era um menino das favelas do Rio, era uns dois anos mais velho do que eu, mas pareciam 50, tamanha era a sua sabedoria. Diferente dele, eu não era o seu melhor amigo, mas, assim como eu, o melhor amigo dele também não o tinha como melhor amigo. Pra minha sorte, o melhor amigo dele era a Dona Branca, minha avó, e essa me tinha como melhor amigo. Foi por ela que eu conheci o Chico, e foi por ela que aprendi tanto com ele. Ela sempre me contava das aventuras que ele vivia, de morro em morro, dando voltas em bandidos e policiais corruptos, escapando por um túnel ou se escondendo embaixo das folhagens, onde, por acaso, conheceu o Compadre Folharal. Não havia uma vez que eu encontrasse com ela e não soubesse de uma nova aventura dele. Aprendi muito! Sou muito grato por tê-la como vó. A Senhora jamais será esquecida, vó, e fará falta para sempre. A Senhora e o Chico.

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